quinta-feira, 26 de julho de 2012

O caminho de volta


Entre tantos e tantos filmes que eu adoro “O Homem do Futuro” e “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain” são os que mais me inspiram. Este por realizar meu maior sonho que é um dia poder andar pelas ruas de Paris (ainda que virtualmente) e por contar uma história singela com personagens encantadores, não por serem perfeitos ou heróis, mas por terem simplesmente cada um o seu conflito, a sua humanidade. O outro por sempre me lembrar de quem eu fui há nove anos atrás e de tudo aquilo que abandonei. Por me lembrar dos meus anos em São Carlos em que descobri a dor e a delícia de ser livre.
Revendo este filme hoje à tarde, numa tentativa de dar uma cara de férias para os poucos dias de descanso que me restam, me lembrei de que foi ele que me inspirou a criar este blog há quase um ano atrás. Como dá para perceber, eu não sou uma blogueira muito assídua, há poucos textos nestes quase doze meses, o que mostra que não houve tanta coisa para me inspirar assim... Ou então que, simplesmente, não me senti inspirada a escrever. E, ainda que ele seja lido por meia dúzia de pessoas queridas (as que realmente importam) e que ele não fale de assuntos relevantes como saúde, turismo, feminismo ou dicas de maquiagem, ele tem uma razão de existir muito particular. Ele fala da minha vida, daquilo que eu sinto e percebo ao redor e este é o seu único fim. Ele é um caminho de retorno a mim mesma, aquela garota ávida por conhecer o mundo que eu deixei lá em São Carlos. Ainda que minha vida seja bem comum e não interesse a ninguém, ela interessa a mim e só a mim.
Este blog é uma tentativa de redescobrir minha paixão pela escrita (perdida entre tantas letras) e por aquilo que a inspira. É uma tentativa de fazer os meus olhos brilharem novamente e de voltar a ver o mundo não com as cores que ele realmente tem, mas com as cores do amor à vida, seja ela como for. De resgatar a lucidez para se interessar pela pequenez da vida comum. De confraternizar a garota do passado que deixei lá em São Carlos com a mulher do futuro, em um presente que, espero, torne-se intensamente vivo.