É impressionante como é difícil nos livrarmos de velhos hábitos e construirmos outros novos! Toda passagem ou começo de ano é a mesma coisa. Fazemos mil promessas e várias resoluções para o novo ano, mas será que conseguimos cumpri-las?
Há anos que venho "prometendo" deixar de fazer várias coisas, como deixar de ser "reclamona", fazer atividade física, ler mais, comer menos... enfim, deixar hábitos ruins e cultivar bons hábitos. Mas, entra ano e sai ano, não faço nada daquilo que prometi para mim mesma. Nos primeiros momentos de ansiedade vou logo correndo para os braços do primeiro chocolate que vejo pela frente. Depois de dois ou três dias de caminha obstinada, me permito simplesmente ficar em casa, com a bunda na cadeira. Ao invés de encontrar Darcy Ribeiro, Schopenhauer, Foucault e Clarice Lispector que me observam toda noite através da estante, me deixo levar pelo blá-blá-blá de Crô e Tereza Cristina (mentira, porque odiava esta novela, foi só um exemplo). Por que é tão difícil investirmos naquilo que pode nos fazer bem? Não aquele bem momentâneo que o chocolate nos traz na hora do stress, mas o bem real, aquele capaz de proporcionar o equilíbrio do qual o corpo precisa?
Há alguns meses tenho tido um probleminha (nada grave, mas um pouco chato) cuja solução é bastante conhecida: abandonar os bombons, quindins, bolos e tortas e se entregar às verduras, frutas e legumes, de forma bastante apaixonada e desinteressada. Ah! Isso é fácil! Não, não é! Para uma pessoa extremamente viciada em doce como eu, parece uma missão quase impossível! Não é que não veja nenhum charme nas delícias naturais, mas é que sempre acabo dando preferência para o industrializado e doce carboidrato.
É uma coisa muito louca, porque por mais que saiba exatamente tudo o que preciso fazer, já que desde os 13 anos de idade vivo atrás de dieta (coisa que já deixei de lado há uns quatro anos), simplesmente, na hora H, não consigo. Mas é por pura falta de hábito mesmo. É tão natural encher o copo de refrigerante ao invés de um belo suco natural ou comer uma bolachinha doce ao invés de uma barrinha integral! Como a gente faz para reprogramar a mente e deixar de lado toda essa parafernália que, se não faz mal, também não traz bem algum?
É claro que também não sou defensora da "patrulha intensiva natureba", que não permite que tenhamos estes prazeres de vez em quando. Mas, no nível que está essa minha paixão enlouquecida e essa minha falta de reflexão sobre aquilo que ando comendo, se não tomar medidas drásticas, certamente a vaca irá para o brejo...